Sementes crioulas de Frei Rogério para aumentar a segurança alimentar na Amazônia
Sementes crioulas selecionadas, mantidas e gentilmente doadas pelo agricultor, guardião de sementes e parceiro do PPGEAN-UFSC/Curitibanos, Gerson Mauro Fertig, de Frei Rogério, fazem parte de uma iniciativa que visa resgatar o cultivo de variedades de milho indígenas bem como de outras variedades crioulas de arroz de sequeiro, feijão, entre outras nas comunidades tradicionais da Floresta Nacional (FLONA) – Tapajós, no Sudoeste do Pará, uma das mais tradicionais Unidades de Conservação de Uso Sustentável do ICMBio, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. O objetivo principal é assegurar e ampliar a segurança alimentar nessas comunidades e ao mesmo tempo resgatar o cultivo e manejo de variedades tradicionais ou crioulas por parte dessas comunidades. A iniciativa esta sendo conduzida pelo docente do PPGEAN Prof. Miguel Pedro Guerra, conta com a colaboração da Profa. Karine L. dos Santos. Prof. Miguel está participando de um projeto denominado “Polo de Bioeconomia da Amazonia”, financiado pelo SEBRAE, coordenado pelo Museu da Amazônia (https://mucamazonia.org), que opera sob concessão da Ama Brasil – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) voltada à preservação do patrimônio histórico, artístico e ambiental atrelado ao desenvolvimento cultural e social da Amazônia.
Nas instalações do MuCA está sendo estabelecida uma coleção de germoplasma de sementes de variedades tradicionais e o modelo pretende operar com guardiões e multiplicadores de sementes em cada uma das 29 comunidades tradicionais da FLONA-Tapajós.
O agricultor Gerson Fertig cultiva, preserva e distribui mais de 200 variedades de milho, feijão, arroz, girassol, ervilha e outras variedades crioulas. Sementes crioulas são produto do manejo e seleção por pequenos agricultores por longo tempo e são adaptadas a ambientes variados, mais nutritivas e mais tolerantes à condições ecológicas e de solo limitantes, bem como ao ataque de pragas e doenças. Essas sementes são mais adequadas à praticas agroecológicas de manejo e geram maior independência em relação à insumos externos às comunidades. Iniciativas desse gênero têm sido estabelecidas e ampliadas na América Latina, África e Ásia objetivando aumentar a diversidade agrícola em cultivo, manter e distribuir as sementes tradicionais, garantir e ampliar a segurança alimentar das comunidades beneficiadas e gerar excedentes para a comercialização e processamento alimentar.
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